A esperança, quando ela foi socorrida consciente, era de que sobrevivesse e, quem sabe, um dia, conseguisse dar a volta por cima, superando, ao menos um pouco, todo o trauma que uma mulher, vítima de violência, carrega.
Mas, o fim dessa história foi trágico e, certamente, ficará marcado na memória de quem presenciou o desespero de uma pessoa encurralada e “sacrificada” pelo sentimento de posse de outra. Assim, Maria Aparecida Santos Reis, itabunense de 33 anos, foi mais uma a entrar para a imensa lista de feminicídios praticados no Brasil.
O final trágico da balconista de farmácia comoveu uma cidade. Maria, que foi covardemente atacada pelo ex-companheiro dentro de um ônibus coletivo, quando seguia para o trabalho, no centro de Itabuna, não resistiu aos ferimentos. Chegou a passar por uma cirurgia e lutava bravamente para sobreviver. No entanto, por volta das 17 horas de ontem (08), despedia-se da vida na CTI do Hospital de Base, deixando a família desesperada. A equipe médica ainda tentou reanimar a paciente, mas não conseguiu fazer com que ela voltasse.
O assassino se matou após disparar dois tiros na ex-companheira, a quem vinha ameaçando de morte há algum tempo. Além de atirar, ainda desferiu facadas na mulher. Francisco Rodrigues Neto não aceitava o fim do relacionamento. Provavelmente, já tinha traçado um plano para matá-la e resolveu colocá-lo em prática na manhã de quinta-feira, diante dos olhos perplexos de várias testemunhas.
Maria aguardava uma Medida Protetiva, mas morreu desprotegida, como centenas de Marias por aí afora. A vítima morava na Rua Nossa Senhora Aparecida, no bairro Pedro Jerônimo. Estava de férias e foi assassinada no dia em que retornaria ao trabalho. A balconista deixa três filhos órfãos e uma família dilacerada pela dor da perda.